domingo, 4 de setembro de 2011

A Razão, essa tola

Digo tola, para evitar constrangimentos de escrever nomes feios que ninguém merece ler. Digo apenas, além da tolice já adiantada, que a Razão anda em muita má companhia. Vou citar apenas um, o dinheiro, que fez e faz uso dela para mascarar a realidade sob as mais diversas formas de cooptação. Claro que é preciso esclarecer que falamos da Razão iluminista, que aceitou título de nobreza, em troca dos serviços a serem prestados à mentira e à enganação. Meu esforço todo deverá servir minamente para mostrar a fragilidade e a insustentabilidade desse discurso da luz. Queria demonstrar o óbvio: onde há luz, há sombra. Na claridade, a escuridão nem se insinua, é ostensiva. Ai do homem sem sombra. Não é mais. Não é por nada que o Diabo quer negociar a sombra do homem: ele quer apenas tudo. Ai do homem sem sombra. É preciso esclarecer esses outros tolos sobre a filosofia romântica. Avancemos nos conceitos e deixemos de ouvir os que querem o romantismo como água e açucar: isso é conversa para adolescente. Um dos aspectos da estética romântica é declarar que o homem é também noturno, misterioso, sombrio. Foi assim desde sempre e assim continuará sendo. Por isso a Razão não se afirma senão à custa da mentira, da ideologia, das armas de fogo, do roubo, do saque e dos modelos de expoliação que engendra. Tem medo do escuro, por isso mata, por isso atira na própria sombra.

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