sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Tiradentes, Minas Gerais

Arraial de Santo Antônio, depois Vila de São José, Tiradentes é um canto de mundo bastante simpático e de história preservada ao pé da Serra de São José, um paredão incrível, e ao lado do Rio das Mortes. Oferece de tudo ao turista que tem dinheiro: visitas guiadas às cidades e vilas próximas, passeios de charrete que me lembraram Petrópolis-RJ, cavalgadas e caminhadas ecológicas, etc. etc. Para quem não tem dinheiro resta contemplar os sinais da História, ou do tempo ao contrário, se quiserem. Teria que estudar um pouco mais, mas tenho a impressão de estar bem no meio do "capão da traição", episódio que pôs fim à Guerra dos Emboadas e às pretenções paulistas de terem exclusividade sobre a exploração das minas que descobriram aqui no campo das vertentes. Para o meu estudo, uma das vertentes do que estou chamando de "via paulista da formação", encerrou-se aqui. O portugueses se uniram a baianos, pernambucanos e brasílicos locais para, em 1709, definirem o destino dos paulistas: para o Norte, Goiás, Mato Grosso...







Como os paulistas estavam fora do circuito do Engenho de Açúcar, que envolvia o negócio dos negreiros, do qual estavam alijados, sua saída econômica foi subir a serra em busca das riquezas que a própria terra pudesse oferecer. Esse caminho foi atrapalhado e depois retardado pela resistência da Coroa e dos emboabas, cujo cerco final se deu nas margens desse Rio das Mortes, que talvez até tenha esse nome em função dos mais de 300 corpos de paulistas nas suas águas atirados, depois de mortos, na conhecida traição de Bento do Amaral Coutinho. Como eu dizia, para quem não tem dinheiro a solução boa é deixar o olho ser atacado pelas imagens, os desenhos, os lampiões, descansar nos largos... Uma tranquilidade. Vou dormir por aqui. Vai ser melhor assim. Até porque, pela primeira vez depois de mais de 1300 km rodados, a chuva me pegou na estrada.

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