sexta-feira, 11 de maio de 2012

Três vezes Nazareth

Brejeiro




Interpretação: Conjunto Época de Ouro ( 1997 ) Bandolim - Ronaldo do Bandolim Violão 7 cordas - Dino 7 Cordas Violão 6 cordas - César Faria Pandeiro - Jorginho do Pandeiro Cavaquinho - Jorge Filho Violão 6 cordas - Toni



Yamandu Costa



Dino 7 Cordas: Violão 7 Cordas César Faria: Violão 6 Cordas Paulinho da Viola: Cavaquinho Joel Nascimento: Bandolim José Menezes de França: Violão Tenor


Ai, ladrãozinho
Dos teus lábios de coral (tem dó)
Dá-me um beijinho
Não te pode fazer mal (um só)
Tu és tirana, eu bem sei!... Meu amor.
Meu coração, ó serrana, eu te dei
Valha-me Deus!
É penoso viver, ai... a gemer.
Na minha choça,
Teu escravo sou até!
Tenho uma roça
E esta casa de sapé
Foi para dar-te que a fiz...
Aqui vivo, por amar-te, feliz, ai meu Deus
Nela contigo eu serei mais que um rei...
Ai... mais que um rei.

Eu canto em minha viola
Ternuras de amor
Mas de muito amar!
O choro as mágoas consola!
Teu fero rigor
Quer minha vida acabar, acabar...
Eu canto a dor no meu pinho,
Com tanto carinho
Tu podes crer,
Que eu vou para a morte cantando,
Que a vida, penando,
Por ti dá prazer.

Teu riso cheira,
Como um galho de alecrim
És feiticeira!
Queres dar cabo de mim!
Ouve o suspiro de amor, estes ais,
Que d'alma tiro de dor! (Ora ladrão!)
Não me maltrates assim...
Ai de mim!... ai... ai de mim!
Eu sinto o cheiro
O cheirosíssimo odor
De um cajueiro
Carregadinho de flor.
Quando tu passas assim, de manhã,
Por estes matos sem fim, sem olhar
Uma só vez para mim!...Ai de mim!
Ai... ai de mim!

Eu canto a dor na viola
E a dor me consola...
Tu podes crer.
Morrendo, por ti sofrendo
Vou morto, vivendo,
Vivendo a morrer, a morrer...
Eu sou jaçanã ferida,
Gemendo de dor, lá na solidão.
Minh'alma, toda sentida
soluça de amor,
nesta pobre canção.

És flor do ipê,
Dos sertões do meu Brasil
És a irerê,
Da lagoa cor de anil!
Se vais ao monte roçar ou se vais
Água na fonte buscar... Valha-me Deus
Segue-te o meu coração, rente ao chão!...
Ai... rente ao chão!
Como eu sou rico
se me cresce o milharal (sou rei)
Ai! como eu fico
Se floresce o cafezal! (nem sei)
Mas fico mudo sem ti! Chora tudo, tudo,
Tudo d'aqui. Ai minha flor!...
Não me apoquentes assim...
Ai de mim!... ai... ai de mim!

Anotei a primeira versão da letra colocada por Catulo da Paixão Cearence, O sertanejo enamorado.

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