segunda-feira, 13 de maio de 2013

a priori, Kant




Outro dia alguém, um jovem, me disse que eu não existia. Eu, sem responder, continuei pensando e sentindo. É fato: perdemos a capacidade de acessar as coisas em si. Jamais saberemos o que é um rio, uma vaca, uma caneta, uma chuva... Algo se colocou entre nós e o mundo desde a “queda”, ou desde que “tiramos o pé da floresta”. Desde então o externo a nós é um completo mistério, a que só temos acesso pelo conhecimento a posteriori, ou seja pelos fenômenos que nos intimam os sentidos. Nossos sentidos, porém, possuem outras formas de realizar em pensamentos a construção de seus conceitos. São as formas a priori dos conhecimentos, formas puras que antecedem e servem de suporte às demais. São a base da “estética transcendental” de Kant. No fundo são essas formas a priori, uma espécie de super-espaço subjetivo, que “permitem” que acessemos o mundo exterior a nós e mesmo nós mesmos, posto que também somos coisas em si, tudo falsamente objetivo. Enfim, fica fácil compreender, por esta perspectiva, que nada, absolutamente nada, pode existir sem que seja, antes, representação. Daí se dizer que o homem não escapa de sua condição simbólica. Eu e o mundo só existimos na medida da representação que faço de mim e do mundo. Ainda anoto que o espaço é a forma a priori do antidestino, função fantástica da imaginação. Ah, o jovem, porém, sentenciava a minha “inexistência” devido ao fato de eu não possuir uma conta no facebook. Devo confessar que, nesse caso, fiquei até satisfeito.

Texto e imagem: Gilson.

7 comentários:

  1. Hay existencias un tanto "latosas y llenas de complicaciones" como son las Redes sociales.
    Muy buen Post que ayuda a la Meditación después de leer el Mensaje.
    Abraços.

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  2. Tive de me rir! :))

    Ai este mundo 'a priori'...

    Beijo

    Laura

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  3. Gilson, interesante reflexión sobre lo que se entiende hoy por existir o no, ser una representación o un símbolo. Las tecnologías, las redes sociales son "a priori" las que parecen indicar lo que existe o lo que no, en función de si estás o no en el circuito de esas redes sociales. ¿La nueva visibilidad?
    Un abrazo

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  4. Olá Gilson! Será que estamos perante a "alegoria da Caverna" de Platão?
    Cá por mim, prefiro ficar com Déscarte e acreditar que "Cogito ergo sum".

    Um abraço Vitor

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  5. Destaco este trecho: "Eu e o mundo só existimos na medida da representação que faço de mim e do mundo." Se pensarmos que somos mutáveis e transitórios perceberemos que haverá diversas representações de mundo e de ser. Estaremos sempre criando e recriando nosso espaço. Gostei muito de seu texto. Abraços.

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  6. Un excelente reflexión para los días que nos toca vivir, es necesario plantearse ciertas verdades actuales...
    todo no gira alrededor
    de los medios, existe una gran riqueza interior que al parecer no interesa que se fomente.
    Siempre un placer visitarte.
    Un cariñoso abrazo, Pilar

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